- Tom, já chega – insistiu Clay.
- Um conselho, irmã – disse Tom. – A polícia já não vos protegerá como fez quando a senhora e as suas amigas hipócritas e beatas se manifestaram contra os centros de planeamento familiar ou a Clínica Emily Cathcart em Waltham…
- Aquela fábrica de abortos! – retorquiu-lhe ela, com desprezo, erguendo depois a Bíblia como para suster um golpe.
Tom não lhe bateu, no entanto sorria ameaçadoramente.
- Nada sei acerca da Taça da Insanidade, mas olhe que esta noite andam aí muitos malucos. Quer que eu seja claro? Os leões fugiram das jaulas e a senhora ainda pode vir a descobrir que eles primeiro comem os cristãos desbocados. O seu direito de expressão foi cancelado às três da tarde. Fica avisada. – Olhou de Alice para Clay, e este reparou que o lábio superior lhe tremia ao de leve. – Vamos?
- Vamos – concordou Clay.
- Caramba – exclamou Alice ao retomarem o caminho do desvio para a Salem Street, deixando os «Grandes Descontos nas Bebidas de Mister Big» para trás. – Foi criado com alguma destas pessoas?
Stephen King, Cell A Chamada da Morte, Bertrand Editora, 2006, páginas 74 e 75
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