terça-feira, maio 30, 2006

Adendum


Não é meu hábito explicar o que escrevo; gosto de pensar que a escrita funciona a um nível interior, pelo que mais do que limitar-me a criar uma série de eventos e causalidades para as minhas personagens, também desenvolvo uma ideia subjectiva, aquilo que me atravessa o espírito no momento do transe.

Dessa forma, tenho sempre a esperança que os mesmos mecanismos que pus em marcha quando carreguei nas teclas e dei coerência aos pensamentos, funcionem igualmente para o leitor. É a mesma velha tentativa de tocar alguma corda interior, de despertar qualquer coisa, e convidar à absorção e reflexão. Assim, toda a imagética que imprimo aos meus textos servem apenas o propósito de permitir que, quem quer que esteja a ler, possa adaptar à sua vivência e peculiaridade na visão do mundo, ou – roubando as palavras ao Poeta –, sinta quem lê.

No entanto, penso que devo alongar-me um pouco mais, e fazer uma espécie de introdução ao texto abaixo, não só porque emprestou o nome ao blog, mas também porque é um texto que me desperta algum carinho. E será altura de inaugurar posts mais pequenos, para não maçar ninguém, mesmo porque se me vou limitar a colocar textos quilométricos, muitos ainda não escritos, outros em fase de preparação, existirão hiatos enormes de tempo entre cada actualização.

O “Passengers” foi escrito como resposta a um desafio, a pedido da Lusce, no Fórum Amor & Companhia, do Generalidades. Ela solicitara-me que descrevesse os meus sonhos, que falasse sobre sonhos, porque a maior parte das minhas intervenções versavm inevitavelmente o acto de sonhar (uma realidade ainda presente). Ou não tivesse eu escolhido este nick.

O texto foi bem recebido no Amor & Companhia, e convidado para integrar as fileiras do Bibliotecl@, também no Generalidades, onde a aceitação foi igualmente positiva. De tudo o que escrevi, penso que foi aqui que consegui exprimir com alguma clareza o que estava a sentir no momento, tanto a nível consciente, como subconsciente, e julgo ter conseguido tocar algumas pessoas, em termos puramente cognitivos.

Estou a escrever um argumento de BD baseado neste texto, que estará pronto lá para o ano de 2020, se considerarmos a velocidade a que está a sair. E estou triste neste exacto momento, o que de certa forma também se coaduna com o tom geral das palavras do “Passengers”.

E pronto. É tudo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu quero ir ao lançamento da BD ... já me estou a fazer de convidada para 2020 ;D

Sonhar é talvez a única forma viável de ultrapassarmos as tristezas da vida .. sonhar é um refúgio para onde muitas e muitas vezes parto mesmo acordada ..é algo q faço desde sempre

A realidade jamais conseguirá superar o conhecimento, os lugares, as viagens q faço quanto sonho ..

Sem ele não somos nada!

bjs***