Após inúmeros e insistentes pedidos (na verdade foi só um, e bastante polido) por parte de uma gentil leitora, vou explicar os motivos por detrás deste blog. Não serão os motivos pelos quais escrevo e criei o blog, uma vez que estes já foram extensivamente respondidos, mas antes um esclarecimento sobre o nome que este modesto escriba adoptou (acto que por si só revela uma ignominiosa soberba), e outras curiosidades que tais.
Primeiro, a voz do Sandman. "Passengers" é o título de uma das suas histórias, e que contém a minha citação favorita de toda a série (que podem ler parcialmente logo abaixo do título do blog). Convém no entanto dizer que o Sandman é o equivalente do nosso "João Pestana", personagem que borrifa os olhos dos humanos com areia, para que estes adormeçam e sonhem. Nos livros de Neil Gaiman, o Sandman é Morpheus, o Senhor dos Sonhos, e utiliza os sonhos das pessoas, para viajar pelo mundo, sendo que a citação completa refere justamente uma destas viagens (em que ele busca a cidade de Mayhew, à procura de uma jóia - big story - don't ask - read the book):
Primeiro, a voz do Sandman. "Passengers" é o título de uma das suas histórias, e que contém a minha citação favorita de toda a série (que podem ler parcialmente logo abaixo do título do blog). Convém no entanto dizer que o Sandman é o equivalente do nosso "João Pestana", personagem que borrifa os olhos dos humanos com areia, para que estes adormeçam e sonhem. Nos livros de Neil Gaiman, o Sandman é Morpheus, o Senhor dos Sonhos, e utiliza os sonhos das pessoas, para viajar pelo mundo, sendo que a citação completa refere justamente uma destas viagens (em que ele busca a cidade de Mayhew, à procura de uma jóia - big story - don't ask - read the book):
"I am a passenger. I am moving through your dreams. I am riding in your dreams.
I ride on dragonback from Manhattan, the dragon is made of rivetted iron and smells of cotton candy. I travel briefly by bus: in the back the dreamer copulates desperately, not noticing his autonomous passenger. I sit at the front and talk to the driver.
Approaching the state of Delaware, the dreamer is a small dog, dreaming impatiently of a past life, long forgotten when he sailed tall ships across uncharted. The salt spray of the ocean stings my face.
I am moving through dreams, pulling toward Mayhew, feeling for the jewel. Through your dreams, my sleeping children, you had a passenger, and you never knew."
Há qualquer coisa nesta citação que me arrepia... a pura poesia interior, a forma como as imagens se casam perfeitamente com as palavras (neste caso no livro, em B.D.), e como as palavras aguentam bem sem as imagens. A ideia de deslocação, passagem de um ponto/estado/local/sentimento para outro é algo que ressoa forte em mim, porque pode ser (como muitas outras coisas, mas esta particularmente) uma poética metáfora para a vivência.
Haverá algo que defina tão bem a miséria e glória humanas como a esplanação do percurso de uma vida, assente nos risos e lágrimas que vamos coleccionando pelo caminho?
Eis portanto que nasce o texto "Passengers", e muito posteriormente a ideia do blog, sujeito a uma multiplicidade de temas, e com uma série de constrições e libertações, mas, principalmente, dedicado aos sonhos, e não apenas aqueles que vivemos nas horas mortas da noite.
Todos os sonhos, até aqueles que já esquecemos.
Continuamos amanhã. Boa noite, e bons sonhos.
3 comentários:
.....fabulous image.
Obrigada! :)
Podes continuar, Sandman, já estava a voar envolvida nas palavras...
Beijo
O título do meu blogue é uma modesta homenagem ao saudoso João César Monteiro: «vieram as mousses, as bavarois, as bombas...»
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